30 de ago. de 2010

Idoso enfrenta fila da morte no TFD por falta de material cirúrgico na Fundhacre




A justificativa atestada pelo médico não deixa dúvidas: por falta de material cirúrgico, o idoso Sebastião da Costa Silva, 77 anos foi encaminhado pela equipe do Tratamento Fora de Domicílio (TFD), para fazer uma simples cirurgia de estenose uretal, fora do Acre. Com a ficha 1.439 ele espera a hora de viajar para o Estado de São Paulo, longe da família e com os poucos recursos que ganha com a aposentadoria.

- Eu estou me sentindo na fila da morte meu filho – lamenta o ancião.

Em sua casa, onde recebeu gentilmente o ac24horas, na manhã deste domingo, seu Sebastião disse que o próprio médico que lhe atendeu, o doutor Rudney Kato, disse no momento do diagnóstico, que a operação era simples, “mas como está faltando material na Fundhacre o jeito era esperar mesmo pelo TFD”, comentou.

Depois de vencer toda a burocracia do sistema, seu Sebastião cansou de esperar e resolver mostrar sua indignação. Mostrando o cartão do Sistema Único de Saúde (SUS), ele lembrou que sempre gozou de boa saúde “e só agora que mais preciso, percebo que essa saúde de primeiro mundo de que tanto falam no Acre é na verdade uma farsa. Um governo que deixa faltar material de cirurgia num hospital público é inadimissível. Para onde vai o dinheiro que o SUS manda? Para as campanhas do partido deles?” questiona.

Por todo dia e à tarde desta sexta-feira 27, a reportagem de ac24horas aguardou as explicações do secretário de saúde Osvaldo Leal. Por telefone, ele nos passou para o Superintendente da Fundhacre, o professor Sérgio Roberto que passou a bola para e sua assistente, Hortência Fialho. Depois de algum tempo, ao verificar o que estaria ocorrendo para que uma cirurgia tão simples fosse realizada fora do Estado, ela nos respondeu que “na verdade o que ocorreu foi um equívoco do médico”.

Ainda segundo a assistente, na próxima sexta-feira, a cirurgia de seu Sebastião será realizada no Acre, sem que o ancião precise se deslocar até o Estado de São Paulo, para onde estava marcado o procedimento.

O ac24horas ainda tentou falar com o médico que atendeu o senhor Sebastião, mas ele não se encontrava na Fundação Hospitalar do Acre.

Salomão Matos, da redação ac24horas