23 de fev. de 2010

ORA, OS NÚMEROS



Eduardo Graeff


Gustavo Patu dá um exemplo de como Lula, Dilma Rousseff & companheiros fraudam números para inflar seus feitos e desmerecer os adversários.

Petistas mistificam dados e ignoram passado

“E pasmem, para uma coisa que é importante: eu, torneiro mecânico, já sou o presidente da República que mais fez universidades neste país”, anunciou o presidente Lula, na semana passada, em Teófilo Otoni (MG), como já havia feito, só neste ano, em Bacabeira (MA), São Leopoldo (RS), Araçuaí (MG), no Fórum Social de Porto Alegre e em Brasília.

Se não se trata de uma mentira em busca de ser verdade à custa de tanta repetição, é um exemplo sintomático do tipo de comparação de feitos que o PT parece querer imprimir à campanha presidencial da ministra Dilma Rousseff: que dá ênfase a quantidades, em detrimento da pertinência, recorre a números de consistência ou relevância duvidosa e, principalmente, ignora as contribuições do processo histórico.

Das 13 universidades contabilizadas pelo Planalto como obra sua, 9 são mero resultado de fusão, desmembramento ou ampliação de instituições federais de ensino superior inauguradas por outros presidentes -que, em sua época, também se valeram de estruturas preexistentes mantidas por Estados, municípios e empresas privadas.

A se levar a sério o levantamento do Ministério da Educação que sustenta a propaganda oficial, Juscelino Kubitschek supera o ritmo de Lula, com dez universidades em cinco anos de mandato. Até o arquirrival FHC, já acusado pelo petista de não ter criado nenhuma, conta com seis no documento.

Poderia acrescentar que FHC criou muito mais vagas nas universidades federais .

Mas quem se importa?

O objetivo deles não é estabelecer a verdade. Nem é ganhar o torneio das comparações, ainda que trapaceando.

Lula sabe que a imensa maioria dos eleitores não entende nem liga muito para os números.

O objetivo dele, como notou Marcos Coimbra, é simplesmente colar José Serra em FHC.